Pois bem
Neste resquício de sexta(ainda não dormi portanto é sexta até segunda ordem) trago a vocês(2) que estão de passagem mais uma pérola literata de nosso Utor menos perigoso, Diogo Mattos. Aproveitem.


A noite tardava a passar. Os olhos tanto abertos ajudavam-na, e, assim, minutos passavam em horas. Perante a situação, o que a fazia pior era o fato de a manhã seguinte ser uma manhã de esperar-se.
Os pensamentos em estar-se contíguo deveras não o faziam esquecê-la. Desejava a manhã, e queria tê-la para si. Dando ouvidos aos falantes dos populares ditados, pensou em divertir-se, então. E, já que o bom pouco se dura, quis-se o bom; tomou a rua. Nem sequer festas havia, mas perambulou tempo suficiente para notar que não se era cedo à tal hora. A volta ao quarto foi rápida, tal qual, agora, fora a hora.
E, por azar - senão ao azar -, já não era tarde; era mais que tarde: era cedo! E, como não se aguentava ao pé, dormiu-se a manhã inteira, de manhã.